"Chegou a conclusão de que todos os homens têm obrigação de servir às mulheres. Plenamente. Sem medir esforços. Elas em troca, oferecem beleza, sensibilidade, humor, sexo e discernimento. Um negócio justo - justiça esta que só começou a ser considerada muito recentemente, a partir de mais ou menos a metade deste século. As mulheres vêm de milhares de anos sem privilégios. Os jornais narram atrocidades mesmo nos dias atuais; nascer mulher nunca foi um golpe de sorte em qualquer das culturas conhecidas, primitivas ou civilizadas. Pois as fêmeas sempre arcam com a pior parte da experiência humana sobre a Terra. Parir, perdoar e varrer a casa. Ariana se amaldiçoa diariamente pelo fato de haver nascido mulher. E - só por este detalhe - ter que. Ter que se fazer de louca quado um obreiro berra: ô bocetão! Ter que se fingir de burra quando um idiota qualquer se sente no direito de lhe dar uma cantada, mesmo alguma coisa mais elegante do que a do ô bocetão! Ter que atravessar a rua, para evitar passar na frente de um bando de homens distintos, pois eles vão dizer, com ruídos e olhares, ô bocetão! Só sendo mulher pra entender quanto o simples fato de existir pode ser humilhante. Quanto você decididamente não quer que um mameluco desdentado ou um executivo mauricinho passe por você rosnando"
De repente encenações amanhecem como puras verdades. Parte I
terça-feira, 24 de março de 2009 às 19:48
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